sábado, 10 de outubro de 2009

Sociedade Viva Cazuza



Ele ganhou dinheiro cantando a própria desgraça e chegou a acreditar que, talvez, comprar uma fazenda e fazer filhos fosse um jeito de ficar para sempre na terra, porque discos arranham e quebram. O acaso fez da ideologia dele festas do "Grand Monde", fez da sua vida um filme e da sua história muitas músicas, um aviso para os malucos e os caretas. Viveu e criou suas regras, enquanto seus heróis morriam de overdose e seus inimigos continuavam no poder. Cazuza tentou lutar contra a doença que ele assumiu em público em uma tarde cinzenta e fria, embora sentisse medo de fazer a análise e perder a inspiração. Morreu quando todos sabiam, finalmente, quem era ele.

Sua mãe, Lucinha Araújo, continuou a obra que o poeta começou em vida: transformar vidas. Ele com a poesia, ela com a Sociedade Viva Cazuza. São 22 crianças, entre 4 e 17 anos, soropositivas que recebem força, casa, comida, roupa, escola, assistência médica e amor para continuar essa luta contra algo invisível. Crianças que talvez consigam fantasiar um segredo no ponto onde querem chegar, apesar do futuro ser sempre duvidoso.

A Sociedade Viva Cazuza está passando por um mau momento financeiro. As despesas da casa em Laranjeiras, Rio de Janeiro, têm um custo mensal de R$ 60 mil. Hoje, o dinheiro arrecado com os direitos autorais de Cazuza, a única receita da Socidade, só cobre 20% desse valor.

É triste ver a ideologia, a poesia e tudo que Cazuza viveu e escreveu ser ouvido cada vez mais baixo. A vida dessas crianças é mais do que um filme que deu certo e a dele é muito mais do que apenas música no elevador.

Quem puder e/ou quiser ajudar:
http://www.vivacazuza.org.br


Informações: site da Sociedade Viva Cazuza

Citações: letras e textos do Cazuza