sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A resistência


Acompanho o Muse desde o dia em que ouvi a versão deles para "Feeling Good", da Nina Simone. Foi amor à primeira vista e, a cada nova vez que os britânicos se preparam para fazer alguma coisa, a expectativa aqui aumenta.

"The Resistance" é o quinto álbum da banda que continua acertando em cheio nas misturas. Desde o piano até as letras, "Undisclosed Desires" me ganhou na primeira vez que prestei atenção no que eles diziam. A trilha sonora perfeita para dizer a alguém tudo que não se diz em palavras, o famoso "ouve essa música". Quase uma indireta proporcionada pela união certa de sons da banda. Quem nunca quis dizer a alguém: "Soothe me, I'll make you feel pure, trust me, you can be sure"?

"United States Of Eurasia" chega a ter uma citação de Chopin. Definitivamente, disco para ser ouvido algumas milhares de vezes para não ser injusta e deixar tanta coisa passar desapercebido.

Um disco cheio de referências, de coisas escondidas, complexo na medida certa para quem gosta de pensar em música. É interessante notar que as bandas perceberam o potencial das vozes. A Imogen Heap faz orquestras com a sua e, menos do que isso, várias bandas tem gravado tudo em várias camadas.

Talvez esse seja o álbum mais pretensioso da carreira do Muse. Afinal, depois de quatro discos e uma certa popularidade, não é fácil apostar tanto em coisas diferentes. Pode desagradar aos acostumados e agradar aos desacostumados. Talvez o público simplesmente se adapte. Gosto de bandas que pagam o preço (que pode ser alto) para ver o máximo que eles conseguem atingir como músicos. Apesar disso, não acho que essa seja a obra-prima da carreira do Muse.

Se é bom ou ruim? Para mim, ótimo. Para outros, ruim. Acho que "The Resistance" é um disco, acima de tudo, particular.

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